As falhas em instalações elétricas são uma fonte significativa de acidentes, especialmente em ambientes residenciais.
Por isso, é importante sabermos identificar situações de risco ou contarmos com profissionais que garantam a segurança nas instalações.
Instalações elétricas incorretas podem ocasionar acidentes, muitas vezes fatais, seja diretamente, através do choque elétrico, ou indiretamente em incêndios, explosões ou acidentes físicos.
Afinal, você já viu quais riscos graves pode estar correndo em casa devido à instalação elétrica inadequada, mas você sabe qual a origem desses riscos?
É claro que a utilização errada pode ser tão perigosa quanto as falhas de execução, porém focaremos aqui nas falhas mais comuns realizadas pelos “profissionais” responsáveis pela instalação. Vejamos:
1. SOBRECARGAS
Circuitos elétricos são formados por um conjunto específico de equipamentos interligados através de condutores (fios ou cabos) a um elemento de proteção (um disjuntor).
Assim, são partes que compõem a instalação, normalmente dividindo-a entre circuitos de iluminação, circuitos de tomadas e circuitos específicos para equipamentos especiais como chuveiros, aparelhos de ar condicionado, entre outros.
O que então significa a sobrecarga dos circuitos?
A falha por sobrecarga ocorre quando a carga acionada excede o limite do circuito. Nesse caso, a fiação utilizada não suporta a corrente elétrica que alimenta a carga.
Dessa forma, se não houver um dispositivo de proteção, um disjuntor, o resultado é o sobreaquecimento dessa fiação que pode se queimar e até gerar um incêndio.
Dados do mais recente Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica, desenvolvido pela ABRACOPEL (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) revelam que 39% dos 1662 acidentes registrados no país em 2019 correspondem a incêndios causados por sobrecarga, o que é um número muito expressivo.
Causas comuns de sobrecarga e como preveni-las
A sobrecarga pode ocorrer por falhas em equipamentos, falhas de projeto ou o aumento progressivo da carga instalada sem planejamento, quando se adiciona equipamentos aos circuitos sem considerar seus impactos.
Assim, a melhor forma de proteger a instalação das sobrecargas é através do próprio disjuntor. Contudo, os circuitos elétricos precisam ser dimensionados de acordo com as cargas que acionam, a fiação e o disjuntor devem ser calculados para isso.
Cargas de uso específico como chuveiros e torneiras elétricas, aparelhos de ar condicionado, aquecedores, fritadeiras, alguns modelos de fornos elétricos e micro-ondas, entre outros, devem ser instalados em um circuito único, separado dos demais circuitos de tomadas. Do contrário, o risco de sobrecarga na instalação se torna grande.
Portanto, para cada novo equipamento de uso específico é preciso também reavaliar a alimentação geral do quadro de luz, caso necessário deve-se substituir a fiação, o disjuntor geral ou ambos, seguindo sempre as recomendações das normas técnicas.
2. DISJUNTORES SOBREDIMENSIONADOS
Disjuntores são equipamentos que protegem uma instalação em caso de falhas por sobrecargas ou curtos-circuitos.
Para isso, eles são escolhidos para suportar uma corrente elétrica com uma tolerância um pouco acima do valor normal do circuito. Dessa forma, quando a corrente ultrapassa essa tolerância o disjuntor desarma desligando o circuito para protegê-lo.
No entanto, o problema ocorre quando se utiliza um disjuntor sobredimensionado, ou seja, que só entra em operação com uma corrente muito acima da corrente do circuito. Nesse caso, se houver uma sobrecarga os equipamentos ou a fiação irá sobreaquecer e se queimar, podendo iniciar um incêndio, e o disjuntor não atuará.
Este é um grande risco associado principalmente a uma falha de projeto elétrico ou adição de circuitos não calculados a uma instalação
3. FALTA DE DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA
Além do disjuntor, outros dois elementos de segurança são o dispositivo Diferencial Residual (DR) e o Dispositivo de Proteção Contra Surtos (DPS). Estes equipamentos também devem estar no quadro de luz junto à alimentação dos circuitos.
De maneira básica, o DR tem a função principal de proteger pessoas e animais contra choque elétrico, seja por contato direto ou indireto.
Tá, mas o disjuntor comum já não serve pra isso?
Não necessariamente!
Diferente do DR, o disjuntor deve proteger as INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, ou seja, a fiação, cargas, quadros, etc., e não diretamente as pessoas que a utilizam.
O DR é específico para evitar que as PESSOAS levem choque, desarmando os circuitos instantaneamente quando isso ocorre, de maneira que o usuário não irá sentir qualquer efeito.
Hm, legal… e o DPS?
O DPS é responsável por proteger a instalação contra surtos de tensão que vem da rede elétrica, principalmente descargas atmosféricas (raios).
Traduzindo, o DPS protege sua instalação e os aparelhos ligadas a ela de serem queimados devido a raios que caem na rede ou estruturas próximas, ou mesmo surtos de tensão de outra origem.
Dessa forma, fica bem claro a importância destes dispositivos em uma instalação, certo?!
Pois bem, sempre certifique-se de que sua instalação cumpre todos os requisitos de segurança, o investimento é mínimo em relação aos benefícios que eles trazem.
4. FALTA DE ATERRAMENTO
O aterramento é mais um item de proteção indispensável na instalação elétrica, embora muito negligenciado por “profissionais” e usuários que não se importam com a própria segurança.
Basicamente, o aterramento é composto por uma fiação que liga as cargas a eletrodos cravados no solo. É um subsistema de proteção que tem várias funções:
- Integra o sistema de proteção contra descargas atmosféricas protegendo o usuário e equipamentos desviando uma descarga para a terra;
- Oferece um caminho de escoamento de cargas estáticas acumuladas em equipamentos ou de fugas de corrente, evitando que um usuário sofra um choque elétrico ao tocar esses equipamentos;
- Facilita o funcionamento dos outros dispositivos de proteção desviando sobrecorrentes para a terra.
Por isso, a ausência ou execução incorreta do aterramento é uma falha comum, mas que representa um alto risco para o usuário, especialmente em alguns equipamentos como o chuveiro elétrico ou uma máquina de lavar.
Assim, o aterramento deve ser bem executado, interligar todas as massas metálicas e ser vistoriado regularmente para garantir que esteja sempre funcionando.
Equipamentos e estruturas metálicas não aterradas são fontes comuns de acidentes, muitas vezes fatais, por choque elétrico.
5. MATERIAL INADEQUADO OU DE MÁ QUALIDADE
Como em qualquer obra, em uma instalação elétrica de nada vale uma execução muito bem feita se os materiais utilizados não possuírem o mínimo de qualidade exigido por normas técnicas, o que, infelizmente, é muito comum no mercado.
Nesse sentido, um dos maiores exemplos atualmente é a venda de fios e cabos desbitolados, ou seja, condutores que não possuem o tanto de cobre necessário para sua especificação. Tem sido comum inclusive a falsificação do selo do Inmetro por algumas “marcas”.
Se o projeto elétrico prevê que, para atender uma carga, o circuito deve ter um fio de determinada seção (bitola ou espessura), e for utilizado uma fiação desbitolada, a instalação irá apresentar sobrecarga, aquecimento e aumento de consumo, o que reflete em uma conta de energia mais cara.
Então, como evitar esses problemas?
Utilizando apenas materiais de qualidade comprovada, que cumprem os requisitos das normas técnicas e do Inmetro, marcas conhecidas no mercado irão satisfazer facilmente esses requisitos. Se optar por uma marca pouco conhecida, certifique-se de que esta apresenta a devida qualidade.
Por fim, saiba que o profissional eletricista comprometido com a qualidade de seu serviço saberá indicar ou avaliar qual material garante a sua segurança e de sua instalação.
6. FALTA DE PROJETO ELÉTRICO
O projeto elétrico é a alma da instalação, através dele se determina a quantidade e a especificação exata de cada um dos materiais utilizados.
Assim, mesmo as instalações elétricas mais simples, como as residenciais, devem ser planejadas através do projeto elétrico realizado por um profissional habilitado.
Se você tem dúvidas em relação a IMPORTÂNCIA DO PROJETO ELÉTRICO, podemos citar algumas de suas vantagens:
- Segurança das instalações;
- Economia na compra de materiais;
- Economia e facilidade na execução dos serviços;
- Facilidade de manutenção;
- Conformidade com normas técnicas e de segurança;
- Planejamento personalizado;
- Valorização do imóvel.
Em relação à segurança, o erro mais comum é utilizar materiais que não foram calculados por uma metodologia de projeto.
Nesse caso, as especificações técnicas necessárias não serão atendidas e o usuário estará exposto a situações de risco, seja por uso de materiais inseguros ou por falta de proteção adequada, o que pode provocar falhas como sobrecargas e curtos-circuitos.
7. MÃO DE OBRA DESQUALIFICADA
ATENÇÃO! Este item certamente é o mais importante de todos.
Afinal, se você parar para pensar, todos os outros são DERIVADOS da contratação de mão de obra desqualificada, seja por incapacidade técnica do “profissional” contratado ou por negligência do próprio consumidor que optar sempre por um serviço menos qualificado, apenas pelo seu preço.
Portanto, a realização de uma instalação elétrica jamais deve ser entregue a alguém que não esteja preparado para isso, justamente pelos riscos que ela envolve.
Infelizmente, hoje no Brasil, ainda é comum encontrar profissionais de outras áreas da construção realizando serviços em Eletricidade sem a menor capacidade. Ou, quando o profissional é um “eletricista” mas não segue as boas práticas de execução e segurança que o serviço lhe exige.
A ABRACOPEL contabilizou 1662 acidentes de origem elétrica no país em 2019. Desse total, 821 casos foram fatais, sendo a maioria devido a choques elétricos no meio doméstico residencial.
Segundo a ABRACOPEL,
“O desconhecimento dos riscos que a eletricidade oferece é um dos grandes fatores para que estes acidentes ocorram…”
E ainda,
“A prática de contratar profissionais qualificados para a realização de uma instalação elétrica poderia aumentar a qualidade das instalações e torná-las seguras, evitando os eventos fatais, ainda tão frequentes”.
Dessa forma, não resta dúvidas de que contratar mão de obra desqualificada é o maior ERRO capaz de pôr sua vida em risco.
A BOA NOTÍCIA!
Felizmente temos também boas notícias!
Afinal, a preocupação na excelência da execução é cada vez maior, e muitos são os profissionais comprometidos com a QUALIDADE e SEGURANÇA de seus serviços, buscando sempre se qualificar e compartilhar conhecimento do setor seja entre outros profissionais ou com os próprios consumidores.
A SEP Engenharia e Consultoria Elétrica se preocupa, acima de tudo, em disseminar informações relevantes à sociedade, para que possamos promover o desenvolvimento de nossa realidade.
Portanto, fique atento a estas 7 falhas em sua instalação e procure sempre o profissional qualificado quando o assunto é confiar a sua segurança e da sua família!
Quer garantir o projeto ou execução de sua instalação com eficiência e segurança, evitando essas 7 falhas? Fale conosco e solicite uma proposta.
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